quinta-feira, 11 de março de 2010

Cordeona




Cordeona

Cordeona, velho instrumento,
Que, gemendo, acompanha os lamentos
Da alma do peão gaúcho,
Que, em seu destino sem luxo,
À cavalo ganha a vida,
De sol a sol, sempre na lida,
No serviço da campanha...
E aos domingos, quando sobra tempo prá um gole de canha,
O índio até que se assanha...
E dedilhando a botoneira,
Numa melodia bem rancheira,
Em cada fole que expande
Demonstra seu amor pelo Rio Grande,
Que vem do fundo de sua alma galponeira
E vai atravessando aramados, divisas e fronteiras...
Se espalhando na velocidade de um bagual
Que, caborteiro, dispara do buçal,
Galopando entre as coxilhas
Na imensidão da pampa dos farroupilhas...
E que só vai se perder
No dia em que o último coração gaudério parar de bater...


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segunda-feira, 1 de março de 2010

Índia charrua




No lombo de seu cavalo
Galopa uma índia charrua
Cortando pagos imaginários
Em suas vestes xiruas...
Suas esporas são estrelas
Reluzindo à luz da lua,
Empunhando sua lança
Ponta de pedra em madeira crua,
Mirando para meu peito
Me atingindo em plena rua...
Morri pela mão dela,
Ah, aquela índia charrua,
Que habita em meus sonhos,
Formosa, guerreira e nua...