quinta-feira, 14 de abril de 2011

Questão de prioridades

Ultimamente não ando muito inspirado para compor versos, então resolvi escrever algo sobre o motivo da minha falta de inspiração... Eis:

Governos vêm, governos se vão, e todos, invariavelmente, prometem segurança, educação e saúde, as três necessidades básicas de uma sociedade organizada que só são prioridades em palanques. Passados os pleitos, nada fica diferente do que está, a não ser para pior, afinal, eleitor tem memória curta ou vende voto. No Rio Grande do Sul não é diferente, no Estado que se orgulha de ser o mais politizado do País, se ve nada de melhor e muito de pior, se comparado até com Estados do nordeste, historicamente deficientes em receita. Um dos cargos mais importantes, se não o mais, na segurança pública é o de Delegado de Polícia, pois é ele o chefe e coordenador das investigações criminais e que, portanto, atua na repressão dos crimes não evitados pelo policiamento preventivo. É ele quem preside os conhecidos inquéritos policiais e determina quais diligências devem ser tomadas na busca da verdade e esclarecimento dos fatos criminais. Pois o Estado do Rio Grande do Sul ocupa a décima nona posição do País na contraprestação renumeratória paga pelos serviços destes profissionais. Houve um tempo em que detinham reconhecimento semelhante ao de Juízes, Promotores, Defensores Públicos e Procuradores do Estado. Hoje, governo após governo, recebem algo próximo de 1/3 dos dois primeiros e menos da metade dos demais citados. Isso deve ocorrer, certamente, porque não importa para a população que os crimes sejam desvendados, que seus objetos sejam recuperados ou, até mesmo, que o matador de seu familiar seja levado a julgamento. Isso não importa! Delegados de Polícia recebem salários inferiores até de carreiras secundárias (auxiliares) dos outros órgãos já citados, não desmerecendo qualquer das carreiras, auxiliares ou não, afinal não são seus integrantes que ganham demais, são os Delegados que tem remuneração vexatória, e é tão vexatória que, dos dois últimos concursos, perto de duas dezenas de aprovados sequer assumiram ou logo abandonaram a função em busca de carreiras mais justas no reconhecimento de suas responsabilidades, algumas secundárias, mas justas. Até quando o RS negligenciará seus profissionais?