quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Matei meu burro


Entre a década de 40 e 50, não sei exatamente, naquele tempo em que gaúcho andava com revólver na cintura, meu avô havia adquirido um smith & wesson, calibre 22, tão pequeno que cabia na palma da mão. Num domingo, de fronte a igreja de Jaguari, havia um razoável número de pessoas e, dentre elas, meu avô com seu “schimitinho” preso à cinta. Lá pelas tantas, um conhecido dele, que atara seu burro em um cinamomo, olha para o meu avô e diz: -Que é isso? Esse revólver é de brinquedo, não mata nem mosca... Deixa eu ver... Pegou o revólver e atirou contra seu próprio quadrúpede, que apenas deu uma tremida no couro, próximo à paleta, como que se espantasse uma mutuca. Então o sujeito vira-se para meu avô e já se vangloriando lasca: - Viu eu te disse, isso ai é “revorvinho de dá tiro em amigo”... não mata! Nisso vovô apenas aponta o dedo em direção ao pobre burro... que está ajoelhando para em seguida dar seu último suspiro. E o sujeito se desespera: - É de verdade? Matei meu burro!


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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Metrópoles


auto retrato digital


Metrópoles

Metrópoles, grandes cidades,
Onde mais pessoas se concentram
Em grandes comunidades,
Mais distantes entre si ficam...

Que infeliz verdade,
Quanto mais gente menos convivência,
Quanto maior a sociedade, tão menor a amizade...
Que grande incongruência.

Ah, o espírito do interior,
Das pequenas cidades,
Das amizades de valor,
Da boa vontade, da humanidade e do amor!

sábado, 15 de agosto de 2009

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O CORRUPTÔMETRO




André Sesti Diefenbach


Lamento, profundamente, não ser um bom conhecedor de química, física e biomédica pois, se o fosse, dirigiria minhas pesquisas para um invento dos mais úteis à população brasileira: – o CORRUPTÔMETRO! Teria os moldes do bafômetro, para que os candidatos, antes das eleições, fossem obrigados a soprar no canudinho, que apitaria a existência de falcatruas em suas vidas pregressas e indicaria as fraquezas de caráter dos pré-candidatos, que não teriam sua inscrição homologada pelo TSE. Também inventaria uma variante, nos moldes dos radares eletrônicos, para serem instalados nos corredores de Brasília e que sinalizariam qualquer “avanço” indevido no dinheiro público e aplicariam uma multa com o dobro do valor da “velocidade” marcada e ainda cassariam instantaneamente a carteira para “dirigir” gabinetes palacianos, transferindo o autuado para um novo e bem arejado cubículo, com direito a uma hora de banho de sol diário e escolta ininterrupta por uns dez anos, pelo menos. Mas, como sou incapaz de fazer isso tudo espero, sinceramente, que algum dia a maioria dos votantes deste país passe a ler jornal, ao invés de utilizá-lo somente para fins higiênicos.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Vento norte


(foto da praia de Torres-RS)


Vento norte,
Vento quente,
Soprando forte,
Enlouquecendo gente...
Alterando humores,
Levantando vestidos,
Estraçalhando flores,
Assoviando nos meus ouvidos
E Levando embora meus amores...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Quando entorno uma cachaça...




Quando entorno uma cachaça
Fico louco por fandango
Melhor se for lá na fronteira
Onde toca chamamé e tango

Lenço encarnado e bombacha
Nessa estampa de peão
Bem maneado numa china
Levantando poeira no galpão

E o gaiteiro bem pacholento
Vai dedilhando a botoneira
Fazendo gemer o instrumento
E de-lhe baile a noite inteira...

Por mais dura que seja
A lida de peão gaúcho
Sempre existe a recompensa
Em um fandango de luxo...

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