quinta-feira, 29 de abril de 2010

Riacho Amizade




Riacho que desce esse cerro,
Rodeado de pitangueiras,
Cruzando os nossos campos
Não respeitando fronteiras...

Seguindo sempre o caminho,
Também chamado de leito,
Com suas águas correntes
que batem na altura do peito...

Como não foste batizado,
Te chamarei de amizade,
Pois as tuas águas tão claras
Refletem a sinceridade...

Tal qual uma relíquia,
Merece ser preservado,
Tal qual um bom amigo
Que está sempre ao meu lado...

Riacho amigo, riacho da amizade,
Em tuas águas sinceras eu lavo a saudade...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Testamento Gaúcho - essa vai estar no CD





Estamos gravando um CD de músicas gaúchas e mpb, com letras minhas interpretadas por Jorge Cezar. Dentre as que vão para o disco está esta:

Testamento gaúcho

Escritas campeiras
Num papel amarelado,
Rompendo as fronteiras
De um tempo passado

Relatos da pampa
E suas histórias
Falando de guerras
De honra e de glórias...

Arquivo gaúcho
Memórias de campo
Escrita sem luxo
Ecoa em meu canto... (refrão)

Estavam esquecidos
No sótão do tempo
Garranchos de peão
Eram um testamento

E a maior herança
Foi destinada a mim,
Herdei pelo Rio Grande
Um amor sem fim

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O triste destino de um bagual




O patrão vendeu a estância,
A terra onde eu me criei
Onde passei minha infância
E até ontem trabalhei...

Senti o golpe da adaga
Enterrada no meu peito,
Nunca eu tinha imaginado
Ficar sem rumo desse jeito...

Não chorei só por uma razão:
Porque o homem não chora.
Encilhei meu redomão
E a trote fui-me embora...

Sigo à cavalo pela pampa,
Um centauro desgarrado,
Marcas do tempo na estampa
De um futuro encerrado...

Um peão sem sua querência,
Um homem sem ideal,
Que triste maledicência,
Que destino prum bagual...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Destino Gaúcho




No meio do peito um leguero bate,
Em uma cadência prá lá de aporreada,
E lá do galpão um cusco já late,
O gaudério, solito, reponta a boiada,

O gado tá gordo, é hora do abate,
A carreta já veio e tá encostada
O caminhoneiro nem fica pro mate,
Já sai de vereda, pega o rumo da estrada...

E já se foi o frete de boi
E já se foi o frete de boi...

O campeiro atiça o fogo de chão,
O serviço do dia já foi terminado,
Água na cambona pra um chimarrão
Enquanto descansa o crioulo tostado,

É lida, é vida, é gaúcho, é peão,
De espora, bombacha e chapéu tapeado,
Quem traz a pampa em seu coração,
Assim como o boi tem o destino traçado...

E nunca mais olha prá trás
E nunca mais olha prá trás...