segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O poder estava na camiseta

Muito estranho, mas impressionante! Domingo, dia 17 de janeiro de 2010, às 17h00min, liguei a televisão para acompanhar a estréia do Grêmio, de caras novas, tanto no campo quanto na casa mata. Um calor infernal, imaginei o caldeirão do capeta no campo do Pelotas... E, realmente, minha previsão inicial não parecia equivocada, muita correria e pouca objetividade em campo, comum aos inícios de temporada. Um zero a zero ruim, até que o Pelotas o deixa muito pior, empilha dois canetaços consecutivos, tão certeiros como são os tiros disparados por traficantes nos morros cariocas que sempre acabam explodindo os miolos de algum inocente. E veio o apito, ufa, intervalo! Aproveitei os quinze minutos e fui checar a caixa de correspondência onde havia um aviso do carteiro de que tentara entregar uma encomenda sem sucesso, ainda na sexta-feira. No aviso não havia descrição do que era e nem quem seria o remetente. Guardei aquele aviso no bolso, pois só poderia retirar o que quer que fosse na segunda-feira e fui até a cozinha esquentar uma água para fazer um mate, porque gaúcho que é gaúcho toma chimarrão até no inferno (tanto o calor quanto o resultado parcial não deixavam dúvidas de que eu estava realmente com o chifrudo encarnado sentado ao meu lado). De cuia em punho voltei minhas atenções para o segundo tempo, parecia outro jogo, a alma castelhana estava de volta, muita vontade e aplicação, uma velocidade em campo que parecia que os jogadores eram empurrados pelo minuano, até que num pênalti o Pelotas ruiu, tomou o primeiro e em seguida vieram outros dois que viraram um adverso placar de primeiro tempo. O domingo passou com uma estréia de ruralito emocionante. Segunda-feira, a tardinha, fui até a garagem dos correios, entreguei o aviso ao guarda e, alguns minutos após, recebi um envelope rechonchudo e fofo, chegou a lembrar eu mesmo em suas formas. Entrei no carro e vim para casa. Abri o envelope, dentro dele havia uma gentil carta da Mayra, uma prima da minha mãe que há muito tempo trocou o churrasco pelo acarajé, mas parece que toma chimarrão em uma cuia de côco verde lá na terra do Senhor do Bom Fim e, junto à carta, uma bela camiseta do Consulado Gremista da Bahia, cujo mascote é primo do mosqueteiro, tem a mesma cara, porém usa trancinhas rastafári, calças de capoerista, e um turbante, cujo nome desconheço, mas de uso tradicional na Bahia, como é a bombacha no Rio Grande. Mas o que alhos tem a ver com bugalhos? Nada, ou tudo. Interpretei o aviso dos correios como a mensagem de chegada, que só recebi no intervalo e, daí, a explicação da reação só no segundo tempo, pois é certo que a camiseta da terra de todos os santos veio de lá com as bênçãos de todos eles anunciando que 2010 será, definitivamente, um ano azul, preto e branco! Obrigado Mayra e obrigado Consulado Gremista da Bahia!

André Sesti Diefenbach

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