quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Matei meu burro


Entre a década de 40 e 50, não sei exatamente, naquele tempo em que gaúcho andava com revólver na cintura, meu avô havia adquirido um smith & wesson, calibre 22, tão pequeno que cabia na palma da mão. Num domingo, de fronte a igreja de Jaguari, havia um razoável número de pessoas e, dentre elas, meu avô com seu “schimitinho” preso à cinta. Lá pelas tantas, um conhecido dele, que atara seu burro em um cinamomo, olha para o meu avô e diz: -Que é isso? Esse revólver é de brinquedo, não mata nem mosca... Deixa eu ver... Pegou o revólver e atirou contra seu próprio quadrúpede, que apenas deu uma tremida no couro, próximo à paleta, como que se espantasse uma mutuca. Então o sujeito vira-se para meu avô e já se vangloriando lasca: - Viu eu te disse, isso ai é “revorvinho de dá tiro em amigo”... não mata! Nisso vovô apenas aponta o dedo em direção ao pobre burro... que está ajoelhando para em seguida dar seu último suspiro. E o sujeito se desespera: - É de verdade? Matei meu burro!


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